A mineradora Vale vai realizar no dia 21 de janeiro (quinta-feira), às 19h, uma audiência pública virtual, que precede o licenciamento ambiental da PDE – Pilha de Disposição de Estéril Canga Sudeste da Mina Conceição (LAC 1, processo nº 4162/2020).
O material a ser disposto a seco nessa pilha é formado por quartzitos, xistos, itabiritos pobres e filitos, resultado do processo de lavra para a extração de minério de ferro.
Além dessa disposição, a mineradora estuda alternativas para fazer o empilhamento, também a seco, do rejeito resultante do processo de concentração nas usinas. O rejeito da usina Conceição, provisoriamente, está sendo disposto nas cavas exauridas das minas Onça e Periquito, nas Minas do Meio. Leia aqui.
Essa é uma das opções encontradas para não ter de dispor esse material nas barragens de contenção, que se encontram em processo de descomissionamento, ou aguardando liberação para ser alteada.
É o caso da barragem Itabiruçu, que ainda depende de autorização da Justiça para a continuidade, ou não, das obras de alteamento. O alteamento dessa estrutura já foi licenciado pelo órgão ambiental estadual.
Entretanto, as obras de alteamento estão suspensas enquanto são aguardadas novas avaliações sobre a segurança da estrutura, assim como da execução de obras de reforço. Mas o alteamento pode não acontecer dadas as restrições hoje impostas pelas legislações estadual e federal.Leia aqui.
Sem alternativas de disposição desses materiais (estéril e rejeitos) não há como a empresa continuar lavrando o que resta de suas reservas, assim como para viabilizar a exploração futura de recursos de minério de ferro ainda existentes no complexo de Itabira. Leia mais aqui.
Ampliação
A Vale informa que a futura pilha é uma ampliação da PDE Canga, já existente e que se encontra em operação.
Adianta que a ampliação da pilha “será executada de acordo com uma geometria pré-estabelecida, levando-se em consideração a estabilidade da estrutura e os sistemas de drenagem superficial”.
Diz ainda que a sua execução será de montante para jusante, o que permite conformar pilhas de pequena altura, assegurando maior estabilidade à estrutura.
E que, para evitar a formação de erosões nos taludes da pilha, em decorrência do escoamento superficial de águas pluviais durante a operação, será realizado revestimento superficial dos taludes com semeadura manual de gramíneas e herbáceas.
Será também instalado sistema de drenagem superficial previsto em projeto. Afirma ainda nos estudos e relatórios já apresentados ao órgão estadual licenciador que, por já existir a barragem Rio do Peixe próxima da pilha, não foi dimensionada nova estrutura para contenção de sedimentos.
“Dessa forma, os sedimentos gerados durante a fase de implantação e operação da pilha serão retidos por essa barragem, e, conforme apresentado no projeto, parte desses sedimentos será dragado e empilhado para secagem no Aterro de Sedimentos.”
Audiência virtual
A audiência pública virtual segue o que dispõe a Deliberação Normativa Copam nº 225, de 25 de julho de 2018 – e também a Resolução Semad Nº 3.018, de 9 de novembro de 2020.
É essa resolução que estabelece, em caráter excepcional e temporário, a possibilidade de realização de audiência pública de forma remota, por meio da internet, durante o período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), no âmbito dos processos de licenciamento ambiental.
A audiência será transmitida, ao vivo, à partir das 19h do dia 21/01/2021. A sala de transmissão será aberta às 18h30.
Para consultar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), assim como Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) acesse aqui e aqui.
Esses mesmos documentos também estão disponíveis para consultas nos seguintes locais:
Prefeitura Municipal de Itabira
Endereço: Av. Carlos de Paula Andrade, 135, Centro, Itabira-MG
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Endereço: Rua Venâncio Augusto Gomes, 50, 2º andar, Major Lage de cima – Prédio da Funcesi
Vale conferir
Para saber mais acesse o link vale.com/Itabira
1 comentário
Acho que poderíamos lutar por um saneamento básico nas zonas rurais evitando o derramamento de esgoto sanitários em nossas nascentes. Principalmente onde a Vale já mapeou. Serra dos Alves usa fossa, mas já poderia receber um projeto da Vale para construir uma ETE, uma vez que lá está a nascente do Rio Tanque, onde pretendem retirar 600l de água por minuto para abastecer Itabira. Seria uma forma de compensar pela água que ela usa.