O Instituto Espinhaço, que mantém o seu maior viveiro de mudas no Posto Agropecuário, quer trazer para Itabira o programa Produtores de Água, uma parceria de cooperação técnica com a Agência Nacional das Águas (ANA), que mantém projeto piloto em Mariana.
“Estamos negociando com a ANA e esperamos implementar em breve esse programa no município”, anunciou o seu diretor Felipe Xavier, em reunião com os conselheiros do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema).
A implantação desse programa é de interesse da Prefeitura até para se ter um contraponto a apresentar ao Ministério Público, que cobra por programas semelhantes, para compensar o fim dos programas Mãe d’Água, desativado pelo Saae, e também do Preservar para não Secar, que deixou de existir por decisão do atual governo (leia mais aqui)
Itabira hoje conta, no Posto Agropecuário, com o maior viveiro de mudas nativas do Instituto Espinhaço, uma organização não governamental que conta com apoio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig).
Produção
Instalado em 2016 em uma área de três hectares, o viveiro já produziu mais de 2 milhões de mudas, distribuídas em 61 municípios mineiros, localizados na Serra do Espinhaço. O objetivo não é o plantio urbano, mas a recuperação de matas nativas na zona rural.
Em Itabira, pelo programa já foram plantadas 130 mil mudas de espécies nativas em dezenas de propriedades rurais, abrangendo uma área de 200 hectares,
Segundo o diretor do Instituto, nessas áreas foram plantadas 40 espécies diferentes, produzidas com sementes coletadas na própria região de plantio.
“O cercamento das áreas plantadas e a manutenção das mudas são de responsabilidades do proprietário”, acentuou.
O aproveitamento dessas mudas nos primeiros 120 dias tem sido de 82%. Mas nos meses seguintes esse índice cai com a concorrência de espécies exóticas, principalmente a braquiária. Há também críticas de que as mudas estão sendo plantadas em estágio pouco avançado de desenvolvimento, daí que o índice de perdas tem sido considerado alto na região.
Piloto
Em parceria com o campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), o Instituto Espinhaço desenvolve experiência de reabilitação e proteção de nascentes em uma propriedade rural na região da Chapada.
A área é de dez hectares e possui dez nascentes. “É uma experiência de longo prazo, para se saber em quanto irá aumentar o volume e como ficará a qualidade da água após o plantio e cercamento das nascentes”, explicou o diretor do Instituto Espinhaço.
3 Comentários
Já lá vai o quarto programa de água em Itabira.
Precisávamos saber quantos milhões já foram investidos de dinheiro público nisto nas últimas duas décadas?
O programa de revegetação realizado atualmente pelo Instituto espinhaço, com árvores nativas, é extremamente importante, entretanto o índice de mortalidade de mudas tem sido muito alto devido ao tamanho das mudas ser abaixo de 20 cm e estarem com baixo grau de rusticidade e capacidade de sobrevivencia em condições adversas de competição com ervas, baixa umidade e danos mecanicos. Uma sugestão seria planta-las com tamanho acima de 30 cm e fazer uma maior adaptação para amadurecimento das mesmas no viveiro antes do transplantio. São sugestões para melhorar o pegamento. Parabéns e continuem fazendo este belo trabalho.
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